Todo mundo já jogou, todo mundo já falou, todo mundo já spoilou, mas não, o Mix Players ainda não disse belas palavras em relação ao jogo mais ungido do ano, quiçá de todos os tempos. Estamos com um delay de uns 2 meses, eu sei, mas nunca é tarde quando o assunto é um game tão aclamado.
Não vou falar aqui do enredo e da jogabilidade porque 99% das pessoas que leem isso aqui já devem ter pesquisado e jogado a exaustão tudo a respeito do game. Apenas quero compartilhar o sentimento que foi terminá-lo, não entender porraN nenhuma, se emocionado ao entender o mindblow e jogado pelo menos umas 3 vezes seguidas e experimentado visões diferentes.
Para começar quero citar alguns reviews genias que li e gostei muito, como o do Kotaku que fez 3 análises, uma
agradecendo Elizabeth, outra como se estivessem em uma
realidade paralela e um terceiro com a conclusão genial envolvendo o coração do game, que são as
constantes e variáveis. Tudo muito bem escrito e dentro do contesto do jogo. Realmente vale a pena a leitura, caso não tenha apreciado.
Também gostei MUITO do
review do Arena no IG. Henrique Sampaio consegue escrever tudo o que os reviews querem dizer, mas não conseguem. O cara tem um dom, sério.
Lá é dito que Bioshock Infinite consegue o que nenhum outro jogo conseguiu, que é gerar um debate público e acalorado a respeito de uma história, que de tão bem escrita, gera um choque como filmes tipo Matrix ou o sexto sentido conseguiram. Não deixem de ler.
Mas enfim, o que eu senti ao terminar um jogo que esperava desde que vi aquela batsphere emergindo no fim do primeiro Bioshock em 2007? Todos aqui sabem que sou um fã incondicional de Ken Levine desde que visitei Rapture pela primeira vez. Será que superou minhas expectativas?
Olha, transferir o que é terminar Bioshock Infinite para esse post é um pouco difícil. É um jogo que tem que ser jogado, tem que ser apreciado e degustado até os mínimos detalhes. Eu costumava dizer que o primeiro Bioshock não é para todo mundo. Claro que essa regra não se aplica a todos os jogadores, pois existem aqueles que apreciam de tudo, mesmo que raramente, mas não pode-se esperar que uma pessoa que curte pagode, ouvir Mozzart devido a inúmeros fatores culturais e educacionais, assim com não pode-se esperar que um jogador assíduo de Call of duty ame Bioshock - salvo raras exceções - porque não é um fps direcionado a esse tipo de público, assim como os batuques do pagode não são direcionados aos apreciadores de música clássica.
O primeiro Bioshock é um fps com mecânicas de estratégia e porque não RPG e suas evoluções. Não pode-se chegar atirando em tudo que ver pela frente porque o resultado nunca é muito bom. O mais interessante e o que chama a atenção em Infinite é que Ken Levine conseguiu um feito quase que Nintendistico: O game agrada a gregos e troianos, dos jogadores de Call of duty aos apreciadores de Final Fantasy XIII... tá bom, tá bom, peguei pesado, mas deu para entender não é? :P
Outro destaque de Infinite sem dúvidas é Elizabeth, uma personagem que quando anunciada começou a preocupar um pouco pelas lembranças nada boas de IAs implantadas em outros jogos, como Resident Evil 5. Para a surpresa geral da nação, a moça não só tem uma ótima IA, como também te ajuda em determinadas situações, conseguindo munições, dando dicas de itens e transferindo itens e ajuda de outras realidades do mesmo mundo. Você sente que o jogo realmente começou quando resgata Elizabeth e a partir dai, não consegue mais enxergar aquele mundo sem ela. Simplesmente impressionante.
Parafraseando os colegas do Gamesfoda: No momento em que você está lendo isso, provavelmente já deve ter ouvido de muitos lugares que Bioshock Infinite é um jogo fantástico. Tamanha aprovação geral e imediata, faz essa análise vinda de um fã da franquia, em meio a um mar de opiniões que se complementam umas às outras, soar desnecessária ou sem sentido. Tão sem sentido, talvez, quanto imaginavam que seria esse jogo em questão, um improvável sucessor de uma pérola da história dos games com sua sequência mal compreendida e comercial. E ao escrever essa análise eu também fiquei com essa sensação de que "ok, eu não disse nada, não tem como eu dizer nada, o jogo tem que ser jogado pra ser entendido" e eu acho que isso é o maior feito. Diferentemente do primeiro BioShock, que pra ser totalmente avaliado você precisava de um background político e cultural com todas as referências a Ayn Rand e o objetivismo, esse é uma obra que só necessita dela mesma. Ele é absoluto, e é por isso que é tão difícil escrever sobre - ainda mais numa análise sem pontos chave bestas como "gráficos" ou "diversão".
Bioshock Infinite é, com certeza, uma das melhores obras de arte que já foram concebidas nessa nossa mídia até então meio limitada em arte que é o videogame. E também é bom pra caralho de se jogar.